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domingo, 8 de julho de 2012

Organização

Não me considero uma pessoa muito organizada. Tento, com algum esforço, não me perder nos inúmeros compromissos, nos montes de livros e papéis acumulados, nos sapatos espalhados pela casa.
Me preparo agora para uma mudança. De casa. Das outras vezes que me mudei, tinha menos coisas para levar. A bagagem era mais leve. Agora não estou mais só e o desafio é levar e organizar duas vidas em uma e uma vida a dois. Uma experiência deliciosa e cada dia mais apaixonante.
Nesses dias em que estou sem poder ir muito longe, passo minhas horas na internet pesquisando sobre quase tudo e pensando. Bom, pensar não é mesmo sinônimo de inspiração, como já relatei, mas ajuda a pelo menos tentar organizar as ideias. Muitas dessas horas, foram gastas pesquisando organização de armários, livros, sapatos e outros coisas mais. Já sei quase tudo sobre cabides, como dobrar roupas, conservar casacos, liberar espaços e dispor calçados. Falta colocar em prática. 
O primeiro ensinamento de organização (e aprendi isso também em um curso de 5S) é espalhar as coisas, para sabermos exatamente tudo o que temos. Depois, separar por categorias, normalmente, o que usamos sempre, aquilo que não usamos mais e podemos destinar e, finalmente, aquilo que não tem mais serventia nem para nós, nem para os outros. Feito isso, é hora de recolocar as coisas no lugar, doar o que não nos serve mais e jogar fora o que não presta.
Em algum lugar já li que nossa casa, nossas coisas, refletem o que estamos sentido ou o que somos. Assim, uma casa muito desorganizada, seria reflexo de um interior confuso, perdido, desfocado. Talvez seja por isso que estou sempre procurando deixar as coisas em ordem. Uma ordem nem sempre perfeita ou adequada, é bem verdade, mas o suficiente para não perder o controle. Por outro lado, acho que como tudo na vida, me cobro demais. Alguém já entrou em uma casa onde tudo está sempre em ordem como apartamento decorado, casa de foto de revista ou de cena de novela? 
Do mesmo modo, não dá pra ser certinha, feliz e perfeita o tempo todo. Às vezes as coisas parecem bem arrumadas na superfície, mas lá no fundo do armário, tem sempre aquela gaveta escondida e que você promete sempre que irá arrumar e nunca toma coragem. De tempos em tempos, também é preciso olhar para dentro de nós, espalhar tudo, separar as coisas e jogar fora tudo o que não nos serve mais. De tempos em tempos, é preciso mudar o foco, buscar novos caminhos, escolher novas peças, deixar a energia fluir. Para não desistir é preciso renovar e somente carregar conosco aquilo que ainda nos serve, que nos faz bem e nos deixa felizes. É preciso mudar de ideia, cultivar o amor, fazer bem a quem se ama. 
Organização é uma questão de escolha. Como tudo na vida.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Inspiração

Quando iniciei o blog, a ideia era escrever um post por semana. Não é tão simples. Já tenho a obrigação diária de escrever no meu trabalho e não é sempre que temos inspiração. 
Quase sempre, são as coisas muito simples, do cotidiano, o gancho para um assunto que pode render páginas e páginas, horas e horas de boa conversa. Mas, às vezes, por mais atentos que estejamos, tudo parece ser desinteressante ou, simplesmente, não se "encaixa".
Minha irmã se casou, nosso apartamento novo será entregue e acabei de voltar de uma viagem maravilhosa. Foram dias perfeitos: lugar lindo, comida boa, companhia excelente! Tudo isso, somado a conhecer novos lugares e ter contato com outras culturas é, sem dúvida, uma fonte de inspiração inesgotável. Mas as palavras me fogem. O sentimento fica sem tradução. 
Fico pensando como deve ser difícil o trabalho daquele que escreve por "encomenda". Sempre na obrigação de entregar novos textos, com assuntos originais, obrigado a estar sempre alerta para tudo o que acontece. Talvez fosse mais fácil se alguém me desse os assuntos.... "Melissa, nesta semana você deverá escrever sobre flores, semana que vem sobre gatos, depois sobre perdas....", e por aí vai...... Mas logo eu me sentiria engessada, obrigada, pressionada........... é, na verdade, eu não nasci para ser pressionada: nem por mim mesma. 
É realmente aí, que está a beleza dos textos escritos com os sentimentos, sem compromisso. Aqueles que surgem da mais genuína inspiração. Seja porque você fez uma viagem incrível e observou novas formas de viver e ser feliz, seja porque um bichano atravessou a rua e isso te fez lembrar de coisas bacanas e que merecem ser ditas ou porque o seu dia foi ruim e o melhor a fazer é desabafar.....
Nessas idas e vindas, espero que não esteja nos planos da inspiração desistir de mim. Eu, por minha parte, continuarei atenta, procurando por ela e, onde quer que esteja escondida, irei reencontrá-la.

Melissa

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Perseverança

Faz duas semanas que não escrevo. Estou cansada. Mentalmente cansada. E a correria também não foi pouca. Minha irmã se casou, muitos compromissos e também estamos preparando as merecidas férias....

Mas nada disso é desculpa para que eu não tenha escrito. Não desistir é o lema e, para isso, nada mais importante do que a perseverança. 

Entre rupturas e casamentos, triunfos e frustrações, me veio à mente justamente a perseverança. Nesta semana faço 2 anos de casamento. Alguns casais muito queridos também comemoram bodas de todas as "nomenclaturas" neste mês. Histórias lindas de amor e perseverança. Porque, sem ela, a PERSEVERANÇA, não se vai a lugar algum.
Hoje, também, recebi uma mensagem de uma grande amiga que me disse que o blog tem ajudado a encontrar inspiração. Ela também, numa linda demonstração de cuidado, sabedoria e carinho, escreveu um lindo texto de incentivo a uma amiga, sobre a importância de não desistir. De enfim, perseverar. 
Perseverar não é só insistir em alguma coisa ou em algum sonho. Perseverar é nutrir bons sentimentos, é pautar-se por boas ações, é buscar ser feliz com as coisas que realmente importam, é fazer os outros felizes em pequenas e grandes coisas. Histórias de sucesso, sejam quais forem os objetivos: superação, amor, família, finanças, realizações, doação, caridade, etc., sempre são permeadas de perseverança. Não se consegue manter um grande amor, uma família, um lar, sem muita perseverança. Também não se consegue uma aprovação em concurso ou um grande cargo sem perseverar. A perseverança é parte do caminho, assim como a frustração. Frustrar-se faz parte do processo e é necessário ao crescimento. Temos a péssima tendência de não dar valor ao que recebemos facilmente. Então, a tática dos pais para nos educar é sempre dificultar nossas conquistas. Desse modo, além de darmos valor ao que temos e recebemos, conseguimos perceber o quanto aquilo que queremos é importante e, principalmente, se é mesmo importante.
A frustração é a ferramenta que Deus usa para nos testar e ver o quanto realmente queremos aquilo que lhe pedimos com fervor. A perseverança é o dom, que Ele nos deu, para provarmos que realmente somos dignos de sua benção e o quanto a desejamos.
Não desperdice nem faça pouco dos dons de Deus. Persevere, ore, caminhe, lute. Faça por onde e Ele lhe abençoará. Pois também para Deus, desistir não está nos planos.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Conciliação

Etimologicamente a palavra conciliação, deriva do latim “conciliatione”, cujo significado é ato ou efeito de conciliar; ajuste, acordo ou harmonização de pessoas; união; combinação ou composição de diferenças.[1]
No universo do judiciário brasileiro, hoje, muito se fala de conciliação. Nesse sentido, a prática é uma nova tendência na solução dos conflitos que chegam às portas da Justiça.
Viciada em novas experiências e aprendizados, realizei um curso de Conciliação e Mediação e agora atuo como voluntária, uma vez por semana no âmbito do judiciário federal.
Nesse campo de atuação, as questões de litígio são quase sempre patrimoniais. Mas carregam, em si, uma carga emocional muito grande. A dívida, às vezes, é o menor dos problemas. O que levou as pessoas até ela é que, no mais das vezes, está precisando ser conciliado.
Mas conciliação é mais que ajudar as pessoas a encontrarem soluções para seus problemas práticos do dia a dia. 
Nesse processo é necessário, muitas vezes, deixar de lado questões que aparentemente nos são relevantes, mas que no fim das contas, não são tão fundamentais. Antes de se jogar em um conflito, sempre devemos pensar no que e pelo que realmente vale a pena brigar.
Depois que ele já está instalado, devemos buscar com determinação  uma solução adequada e justa. A composição é a melhor saída. Também é importante a educação para a paz e para as soluções pacíficas. 
Para que se consiga chegar a um acordo e a um bom acordo, é necessário que as pessoas consigam enxergar a possibilidade não só de se conciliarem com o outro, mas, principalmente, se conciliarem consigo mesmas. Para viver bem é necessário "se desarmar". Buscar o equilíbrio, a paciência, o discernimento, o bom senso. Dessa forma, viveremos bem. Conosco, com o outro, com a sociedade.
  

[1]http://www.ejef.tjmg.jus.br/home/files/manual_conciliadores/arquivos_hot_site/pdfs/t05_conciliacao_conceito.pdf

sábado, 5 de maio de 2012

Ruptura

A semana foi curta. Feriado, chuva, muita coisa por fazer, expectativas frustradas, ansiedade por acontecimentos que estão chegando. Vida normal, afinal.
No meio disso tudo, acabei não tendo inspiração e tempo para escrever antes. Hoje, com um pouco mais de calma e olhando um caderno antigo, encontrei algumas anotações dos tempos da terapia. É sobre um livro que sequer acabei de ler e deve estar perdido em alguma prateleira, como tantos outros.
Ele se chama "Ponto de ruptura e transformação" de George Land e Beth Jarman. A muito grosso modo, pontos de ruptura, são momentos limites, onde uma fase termina, dando lugar a algo novo. Um momento necessário à transformação.
Por uma dessas coincidências da vida, nesta semana recebi a notícia da ruptura definitiva de um casal de amigos muito queridos. Essa história, em meio a tantas outras parecidas que me cercam e me assombram de vez em quando, deu inspiração, inclusive, para a criação do nome deste blog. Nada mais propício, então, do que falar sobre rupturas.
As rupturas sempre causam dor, sofrimento, angústia. Rompemos conosco e com alguns de nossos sonhos e projetos várias vezes na vida. Rompemos com aquilo que desejavam por nós, para descobrir por conta própria o que queremos, rompemos as barreiras do preconceito, da frustração, da maldade alheia, das dificuldades impostas pela vida e daquelas que nós mesmos inconscientemente nos colocamos. 
Das coisas que já vivi e principalmente daquelas que vi, a ruptura mais dolorida que presenciei e infelizmente continuo presenciando, é justamente a do fim de um casamento. Vocês podem me perguntar: mas e a ruptura da morte? Bom, essa dói também e muito. Mas é algo que já nascemos sabendo que pode e vai acontecer. É inevitável. Foge ao controle. 
A falência de um casamento é uma frustração. Uma assinatura do fracasso. Ninguém casa pensando em se separar. A expectativa é que seja para a vida toda e quando vem a ruptura, ela atinge a todos. Rompe-se  não só com o outro mas se rompe, também, com o ideal. Rompe-se com o sonho, rompe-se com a ilusão, rompe-se com o amor, rompe-se com a vida construída, rompe-se com a forma de família que se esperou, rompe-se consigo mesmo e com tudo que se acreditou construir.

Situações assim mexem muito comigo. Presenciei algumas histórias que embora não estivessem diretamente ligadas a mim, marcaram muito a minha vida e continuam marcando.
Não é segredo para os que me conhecem que eu nunca acreditei no casamento. E eu nem sei dizer o motivo. Também é verdade que eu jamais pensei em me casar e quando percebi já estava lá...no altar. Também é verdade, que até bem pouco tempo, achava que se algo saísse errado, as pessoas tinham mais é que jogar tudo pro alto e partir para outra. Mas graças a Deus a gente muda. E muda sempre.
Depois que me casei e que vi outros casamentos quase ruindo a minha volta, entendi que é tão difícil construir o que temos com o outro, que devemos a todo custo tentar fazer com que permaneça. Mudar hábitos, atitudes, abrir mão de várias coisas (nunca do amor próprio), e principalmente, entregar na mão de Deus a nossa vida e daqueles que amamos.
Nem sempre o que desejamos é o melhor. Mas desistir não está nos planos. Tem coisas que se quebram e não mais se consertam. Tem outras que é possível restaurar ou pelo menos não deixar que se deteriorem mais e mais.
Não devemos permitir que o amor se transforme em raiva. Também não devemos nos deixar ferir de forma a não suportar. Pior do que a dor da separação é o desgaste da boa relação que deve permanecer entre o casal para o bem da família (essa, nunca se desfaz).
Mas suportar e tentar, até o limite das forças, para que, caso a ruptura seja inevitável, isso aconteça de forma que a  consciência esteja tranquila a ponto de acreditar que tudo o que era possível foi feito. 

Também é preciso viver a dor. Sem o luto, a gente não se restaura. E depois... depois o tempo, apesar das marcas, tudo cura. E não se pode desistir do mais belo sentimento: o amor.


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Superar


Depois de falar em desejos, ou melhor, que devemos ter certeza se aquilo que pensamos desejar é realmente essencial em nossas vidas e pelo que devemos depreender todo o esforço necessário para alcançar, fiquei pensando em quantos momentos de superação temos de enfrentar na busca por essas realizações.
Também tomada pelo sentimento de ter acabado de me formar em uma licenciatura e de presenciar tantos e tantos desafios cotidianos que meus amigos e amigas professores (as) enfrentam para, em nome de seus sonhos, tentar transmitir algo de bom e de certa forma contribuir para a formação global de seus alunos, lembrei de uma história real de superação que tem justamente o toque inicial de uma professora.
Era uma vez uma menina de família humilde e de poucos recursos, muito bonita e inteligente que perdeu o pai muito cedo em um trágico acidente de moto. A mãe da menina, mulher batalhadora e determinada, criava os filhos da melhor maneira que conseguia. Morando em um bairro periférico de uma cidade de interior, a menina estudava na escola pública considerada, na opinião da comunidade, como “a pior da cidade”. Mas, um dia apareceu por lá uma professora de matemática, que acabara de passar no concurso e que não teve opções de escolher uma escola melhor. Mesmo decidida a não ficar ali por muito tempo, a professora percebeu o potencial da menina, que já estava no último ano do ensino fundamental, e começou a incentivá-la a procurar um ensino médio técnico, prestando o conhecido “vestibulinho”.
A menina achava que não ia conseguir, mas a professora insistiu, estudou com ela, preparou tarefas, incentivou e a menina passou a acreditar que era capaz. Mas, os amigos, a comunidade e até a família achavam impossível. Como ela conseguiria ser aprovada se, outros conhecidos, que estudavam em melhores escolas e tinham condições de vida mais favoráveis não haviam conseguido?!! Ela não se deixou abater e com dedicação e a fé que lhe é peculiar, CONSEGUIU!
Como ela mesma diz, esse período abriu seus olhos para uma vida e para possibilidades que ela sequer imaginava existirem. E ao trilhar seu caminho foi ganhando a confiança de que poderia ir mais longe. Suas amigas, nessa época, mal saídas da adolescência, já estavam casadas, com filhos, e nenhuma perspectiva profissional. Não que ter filhos fosse ruim, pensava a menina, mas não era essa vida que ela queria para ela. Não por agora.
E ela seguiu e a vida foi lhe colocando outras barreiras. O namorado de infância também se foi em um acidente igual ao do pai. Não sem dor, ela foi em frente e aproveitou a oportunidade de fazer o ENEM. Queria cursar uma faculdade. Novamente as pessoas disseram: “Como?! Isso não é pra você!” E ela não deu bola. Agarrou-se à sua fé, à sua inteligência e determinação. Consegui notas capazes de colocá-la em uma faculdade de medicina com bolsa integral concedida pela União aos jovens carentes e determinados como ela.
Escolheu o Direito. E hoje me dá a satisfação de presenciar a sua história e de contribuir ainda que minimamente para que ela nunca desista de seus sonhos e que acredite que é capaz de chegar a qualquer lugar que deseje ir, sempre fazendo as escolhas por si e avaliando o que é realmente essencial na sua vida.

Contei essa história em sala de aula no último ano da graduação. Depois de uma semana de estágio em uma escola estadual e, frustrados com a perspectiva do ensino público em nosso país, ela caiu como um sopro de esperança no coração de cada um de nós. Esperamos encontrar muitas meninas e meninos com potencial pela frente. Esperamos reconhecê-los e proporcionar a cada um deles a visão de uma nova vida, ensinado-lhes que desistir, não deve estar nos planos!

Melissa

Texto dedicado a Mariana Laffayetti

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Desejar

Na semana em que completo cinco anos de “Silva” – resultado de um treinamento de liderança pessoal - me sinto na obrigação de fazer algumas reflexões. E, como já fiz anteriormente uma digressão sobre meu processo terapêutico, fiquei pensando em qual outro aspecto essa mudança de comportamento influenciou a minha vida. Cheguei ao DESEJO.
Às vezes, por mais óbvia que a afirmação de que podemos conquistar tudo aquilo que desejamos, possa parecer, isto não é tão simples. Não é simples acreditar nessa sentença e nem tampouco em si mesmo.
Mas sim, o sucesso está ao alcance de todos e, sim, tudo podemos conquistar! Afinal, também em algum lugar da Bíblia (já deu pra perceber que não sou muito didática nessas citações!), encontramos a informação de que Tudo podemos Naquele que nos fortalece.
Superada essa questão – acreditar – o que não se consegue sem muito esforço e dedicação ao ser que habita em nós, é preciso pensar em outro aspecto: o que realmente desejamos?
Talvez essa seja a pergunta mais difícil de responder. Desejamos tantas coisas! Viajar o mundo, ter sucesso profissional fazendo o que se gosta e ganhar dinheiro por isso, emagrecer, encontrar o amor da nossa vida, casar e permanecer casados, ter filhos e vê-los crescer e realizados......... missão difícil a nossa!
Mas dentre todas essas coisas e aquelas mais miúdas que desejamos entre uma e outra, o que é realmente essencial? Do que não podemos abrir mão? Em que sentido vamos conduzir a nossa vida, o nosso esforço e a nossa energia para conquistar o que realmente desejamos? E de que forma?
Eu mesma já gastei muito tempo, energia e dinheiro em busca de coisas que não se revelaram tão essenciais. Todos conhecemos (e por vezes assim nos comportamos) pessoas que dizem: quando eu passar naquele concurso serei feliz; quando comprar a casa da praia estarei realizado; quando terminar o mestrado/doutorado serei uma pessoa melhor; quando tiver um filho estarei completa (o), etc. E elas lutam, e, por vezes, conseguem o que querem e quando “chegam lá”, tudo se revela menor, distante, sem importância e o objetivo se desfaz em frustração e desamparo.
Será que aquilo que conquistaram era realmente o que desejavam? O que realmente precisavam? Ou fizeram da busca, pela realização de um falso desejo, a muleta de uma vida inteira a serviço de uma exigência social ou familiar, tentando preencher um vazio como uma forma de não encarar a si mesmas e de responder verdadeiramente a pergunta: o que desejo para mim e o que me é realmente importante?
Abrir mão de algumas coisas, desistir daquilo que não se revela essencial não é sinal de fracasso ou de fraqueza. Se algo que estamos buscando nos faz sofrer mais do que a sensação de bem estar da missão cumprida, é porque estamos no caminho errado. Também existem muitas maneiras de se realizar desejos e se chegar ao objetivo. Você está trilhando o melhor caminho? Ou está insistindo em algo que consome todos os seus esforços e de tão preocupado com o resultado, não consegue enxergar outras possibilidades, outros caminhos que te levarão ao mesmo resultado, ao mesmo sabor da vitória?
No mais das vezes, para desejar profundo e ser capaz de sacudir o mundo é necessário, primeiro, saber o que se quer. Afinal, somente com foco e com objetivos claros seremos capazes de superar todas as limitações, as dificuldades, as provas que a vida nos impõe. E, ao vencer, também seremos capazes de nos sentir realizados e satisfeitos, sem frustração, ressentimento ou sentimento de tempo perdido.
Estaremos, assim, prontos para novos desafios, em busca da realização de novos desejos. Porque, quando realmente desejamos algo, desistir, não deve estar nos nossos planos.

Melissa

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Esperar

Diante de uma dessas situações em que a gente se coloca na vida, fiquei refletindo sobre os sentimentos contraditórios que a espera pode gerar em nós. 
Quando esperamos pelas próximas férias, aquela viagem tão sonhada, o baile de formatura, os pais que aguardam toda uma gestação para conhecer o rosto do filho, a entrega da nova casa. Certamente, nestes casos, o que nos toma é uma expectativa positiva, elevada, gostosa de sentir. 
Mas, como acontece com muitos, também no nosso caso, a entrega do novo lar acabou virando um pesadelo. Aquele tipo de espera que gera ansiedade, tensão, que quase nos paralisa a vida. 
O atraso já se arrasta há um ano e meio e nos sentimos como se esse tempo estivesse nos sendo roubado: perdemos tempo em ver nossos objetos no lugar, em comprar coisas novas, em abrir os presentes de casamento que continuam esperando seus espaços, em nos sentir fortalecidos em um lar formado, pensado e criado por nós e para nós. Em ver, enfim, nossas expectativas realizadas.
Assim é que, trilhar alguns caminhos e não depender somente da própria ação e da própria vontade tem seus obstáculos e suas limitações. 
Estamos aprendendo a viver com essa expectativa que guarda em si frustração e ansiedade, de forma a não deixar sempre para "quando chegar na casa nova" aquilo que estamos com vontade de realizar. 
Walt Disney, numa dessas inspirações mágicas traduziu muito bem nosso papel diante desses momentos de espera que nos convidam justamente à ação:



E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...
Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.
Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.
Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido.
Deixei de me importar com quem ganha ou perde.
Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.
Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.
Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de"amigo".
Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida".
Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente.
Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade.
E desde aquele dia já não durmo para descansar... simplesmente durmo para sonhar."
Walt Disney


E nesse belo exemplo, continuemos nossa jornada, pois, nem sempre a vida nos oferece tudo como imaginamos. Aliás, ela é mestre em mudar nossos planos. A nós, cabe não desistir e nos adequar àquilo que ela nos apresenta.

Melissa

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Conquistar

Depois de quase dez anos da primeira faculdade, decidi voltar à Universidade para cursar História, apenas por satisfação pessoal. Conclui o curso no final de 2011 e ganhei muito mais do que apenas novos conhecimentos.
Semana passada tivemos a nossa Colação de Grau Festiva com a participação de mais alguns cursos: Artes Visuais, Biblioteconomia, Biologia, Letras e Serviço Social.
Fui convidada para ser a oradora da minha turma do curso de História e achei justo dizer algumas palavras que a todos aproveitasse e que fosse algo sincero e prático para marcar essa nossa conquista. 
O texto de hoje é justamente o resultado dessa reflexão e que foi dito aos novos profissionais. 

"[...] Em primeiro lugar, gostaria de registrar a grande honra de, nesta solenidade, ser oradora da Turma 66 do Curso de História da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Vou ser breve, porque acredito que o mais importante, até este momento, nós já fizemos. Já ultrapassamos os limites da formação básica, já nos desafiamos a escolher uma profissão, já superamos as neuroses do vestibular e enfrentamos, com garra, superação e toda ordem de renúncia, a fase da formação universitária.
Verdade também que, muitas são as descobertas e alegrias desse período. Nem tudo é renúncia, estudo e sofrimento.
Nessa turma do curso de história, em particular, iniciamos com a sala repleta de alunos e poucos chegaram ao final. É preciso reconhecer o nosso mérito. Principalmente daqueles, que como eu, já estavam na Universidade para uma segunda formação e também daqueles que, não tendo possibilidade de ir para a Faculdade logo depois da “Escola”, não desistiram de seu sonho e, apesar de todas as dificuldades, enfrentaram, não só o desafio de iniciar a graduação, mas de concluí-la.
Todos os cursos representados nesta noite possuem em sua essência o imaginário e belo. Mas também nossas escolhas possuem enorme desafio. A primeira, sem dúvida, comum a quase todos é o magistério. Em um país em que o trabalho do professor é constantemente desprestigiado, temos pela frente a tarefa de não esmorecer. É preciso lutar. Lutar pela valorização da profissão, lutar pela qualidade do ensino, lutar para não cair na vala comum do conformismo ou daquele inconformismo que se traduz apenas em lamentação. Ao contrário, é preciso ação.
É preciso dar ao mundo um novo VISUAL, com ARTE e cor. Dedicar-se ao Serviço Social realmente querendo um mundo diferente à sua volta, doando-se e transformando vidas.
Dar aos livros, às BIBLIOTECAS e aos acervos uma nova significação e uma nova perspectiva diante de um mundo cada vez mais digital.
Buscar entender a BIODIVERSIDADE e seu funcionamento e traduzir tudo isso em PALAVRAS, exercitando o conhecimento para não deixar morrer nossa língua como patrimônio cultural que carrega, em si, a marca transformação social.
A nós da História caberá recolher e organizar todos os dados produzidos, todas as descobertas feitas, todas as formas de expressão vivenciadas, todas os caminhos escolhidos, tudo o que se preservou e aquilo que não mais existe. A história também é viva e por isso contada e recontada a cada novo acontecimento.
Embora esse seja um momento festivo e de realização, é preciso firmar-se na realidade. A graduação é apenas o primeiro passo na formação profissional. Muitos desafios estão por vir. A prática, quase sempre, não corresponde ao que a teoria lindamente nos ensina. As dificuldades serão diárias. As imposições muitas. As cobranças incisivas.
O mais importante é acreditar naquilo que se realiza. Não execute sua tarefa apenas por dinheiro, mas valorize-se. Não realize seu trabalho apenas por obrigação, mas seja responsável. Não deixe de realizar aquilo que acredita porque “os outros” deixaram de acreditar.
E se chegar ao ponto em que você mesmo deixou de acreditar, mude. Não tenha medo de trilhar novos caminhos, de buscar sua realização em outras obras, todas as vezes que isso for necessário.
Não imponha aos outros o amargor da sua decepção. Ao contrário, dê o exemplo de que é possível acreditar e sempre é possível recomeçar. Simplesmente porque estamos vivos, somos obra de Deus e desistir não está nos nossos planos.
Obrigada."


Dedicado a todos os meus companheiros do curso de História e a todos aqueles que aceitam novos desafios sem medo de recomeçar todas as vezes que a vida lhes oferece uma nova oportunidade!


Melissa

quarta-feira, 28 de março de 2012

Sobre a honestidade


Esta semana uma amiga disse que a vida dela melhorou muito quando ela aprendeu a dizer Não. Isso me fez pensar sobre a honestidade. Embora muito se fale sobre ela, a honestidade está em crise. 
A cada escândalo de corrupção, vozes e mais vozes se levantam para bradar os absurdos de um país coalhado de desonestos. Também é corriqueiro que, as mesmas vozes que se revoltam indignadas, na primeira oportunidade, joguem lixo na rua, ultrapassem o farol vermelho, trafeguem além da velocidade permitida, estacionem em lugar proibido ou vaga reservada (só por um minutinho), paguem propina para se verem livres das multas, etc. E sem qualquer constrangimento, afirmem: "todos fazem isso..."
E ao primeiro sinal de honestidade – como o policial que recusou propina ao prender um grande criminoso – toda a situação é colocada como um ato de heroísmo. Como se não fizesse parte apenas e tão somente de seu DEVER. 
Mas o que isso tem haver com dizer Não? Muito. Porque antes de ser honesto com os outros é preciso que sejamos honestos conosco.
É uma fórmula básica aplicável também ao amor. Não por acaso que Jesus disse “Amai o próximo como a ti mesmo”.  É como se Ele dissesse: "Olha meu amigo, se você não se amar, não se valorizar, não der primeiro, a si mesmo, essa chance de exercitar o amor e de ser honesto em relação a este e outros sentimentos, não será digno e nem capaz de amar qualquer coisa que seja. Deus lhe fez a sua imagem e semelhança e toda vez que você se coloca em segundo plano para satisfazer a necessidade opressora de algo ou alguém é o próprio Deus que você está renunciando”. É por isso que, todas as relações estabelecidas fora dessas bases, com o tempo, se tornam doentias.
E assim é quando não somos honestos conosco. Ao se levantar e se preparar para vivenciar o seu dia, você já se perguntou se está sendo honesto consigo mesmo? Ao realizar suas tarefas no seu trabalho, você já avaliou se o faz com honestidade aos seus sentimentos e suas metas? Exercitar a “auto honestidade”, portanto, passa pelo aprendizado em dizer duas palavras básicas: SIM e NÃO
Devemos dizer sim aos nossos sonhos, às oportunidades, ao amor, às conquistas, às verdadeiras amizades, às mudanças, ou seja, a tudo aquilo que nos faz melhores. Nem sempre é fácil dizer sim. Muitas vezes nos sentimos amarrados à nossa zona de conforto. Tiramos dela o que é necessário para sobreviver, levamos uma vida quase feliz, quase realizada, quase plena. Para nos vermos livres dessa zona de conforto que faz de nós conformados diante das coisas é preciso aprender a dizer a palavra mais difícil das duas: NÃO
É preciso que sejamos honestos com nossos sentimentos para dizer, a nós mesmos, sempre que for necessário: “Não, eu não quero um amor doentio porque aprendi a me amar e sei que mereço alguém para amar verdadeiramente”; “Não, eu não preciso desse trabalho opressor, porque para ser feliz não é preciso ser escravo nem do poder e nem do dinheiro”; “Não, eu não quero continuar a fazer a vontade dos outros porque sou honesta(o) comigo mesma(o) e tenho minhas próprias vontades e sonhos para realizar”.
Não quero dizer com isso que devemos agir como crianças mimadas que, sempre em busca da realização da própria vontade, não se importam com as necessidades e sentimentos dos outros. Às vezes é preciso uma certa dose de renúncia. Mas a renúncia que nos faz bem, que no fim das contas, nos acrescenta e não aquela que faz com que seu orgulho desapareça, sua autoestima peça demissão e seu amor próprio morra envenenado.
Agindo honestamente diante dos nossos anseios e sentimentos, dizendo Sim e Não, sempre que necessário, certamente Deus nos abençoa e trás para a nossa vida pessoas que, sintonizadas na mesma energia edificante, fazem com que exercitemos plenamente o ensinamento “Amai ao próximo como a ti mesmo”. 

Melissa


terça-feira, 20 de março de 2012

Sobre amadurecer

No último sábado, completei 34 anos. Dependendo do ponto de vista, isso pode parecer muito ou pouco. Para minhas primas e para os filhos das minhas amigas com idade abaixo dos 10 anos, sou a "tia". Para minhas avós, na casa dos mais de 80 anos, ainda sou uma garotinha.
Verdade é que, todos aqueles que me conhecem, acham que não aparento a idade que tenho. Não sei se eles querem ser gentis ou se as pessoas ainda tem a errônea percepção que mulheres com mais de 30 já deveriam ter cabelos brancos, um monte de filhos e pés de galinha... resquícios de Balzac.
Não é menos certo, porém, que completar 34 anos me fez pensar algumas coisas sobre nosso processo de amadurecimento. Elizabeth Gilbert, autora de "Comer, rezar, amar", livro que estou lendo no momento, decidiu mudar sua vida radicalmente e, nessa mesma idade, estava percorrendo seu caminho de amadurecimento e autoconhecimento. Acho que, mais cedo ou mais tarde, passamos por processos radicais de mudança. Mais ainda: quase sempre é necessário recomeçar e se reinventar muitas e muitas vezes. 
Para mim, esses momentos se revelam de tempos em tempos e, quando não se revelam, dou um jeito de criá-los. 
Aos 14 anos, insatisfeita com a escola e entediada de tantos anos com as mesmas pessoas, mesmas paredes, mesma rotina, fiz um vestibulinho por impulso. Passei, mudei de escola e os rumos da minha vida. Nessa nova fase, necessariamente de crescimento, pois não se sai dos 14 para os 18 anos impunemente, conheci novas pessoas e novas realidades. O mundo cor de rosa da escola particular primária ficou para trás. 
Ao ir para a faculdade, novos planos e caminhos. Também já não mais me bastavam os muros do meu antigo colégio. Tudo muda. Mas isso acontece com todos. Não é novidade pra ninguém.
Na vida profissional, sempre busquei novos desafios. Estranho dizer isso, já que trabalho na mesma instituição há mais de 13 anos, mas é a mais pura verdade. Juro! 
Nos momentos mais críticos de loucura e indecisão, insegurança e ansiedade, tive que procurar ajuda. Não foi fácil me livrar dos preconceitos estabelecidos. Antes da terapia, tentei de tudo: filtro dos sonhos, benzedeiras, montar quebra-cabeça, colecionar figurinha...Ok, isso não parece nada maduro... mas também faz parte do processo de autoconhecimento. É preciso ir longe, para ver que não se pode mais seguir sozinha.
Da terapia e da necessidade de mudar - algo constante no meu espírito inquieto - resultou "NA MUDANÇA": de cidade, de função, de casa, de amigos, etc. Para completar o processo só me restava mudar de atitude diante da vida.
Nesses anos todos, primeiro achava que o príncipe encantado iria aparecer em um cavalo branco. Depois passei a achar que príncipes não existiam e os cavalos eram no máximo uns burricos que empacavam pelo caminho. Decidi que me bastava. Não precisava de ninguém para ser feliz. Em alguma medida, esse pensamento me ajudou a amadurecer e me fortalecer. Fiz muitas viagens, conheci pessoas interessantes, não me comprometi. Mas isso também era um problema de amadurecimento.
Por essas questões do destino que acontecem somente quando estamos livres, felizes, abertos e prontos para receber as bençãos de Deus, passei novamente por um processo terapêutico. Era preciso enfrentar certas barreiras que, por mais que me esforçasse para derrubar, permaneciam intactas. Sou grata a muitas pessoas por isso, mas principalmente, a mim mesma por me ter permitido voar.
Aberta, livre dos traumas e segura da vida que tinha e daquela que podia ter, me deixei encontrar pelo amor da minha vida. Dos 28 aos 34 anos, passei pela mais completa mudança: de solteira convicta a casada feliz.
Ainda falta muito. A inteligência emocional é algo que se aprende e se exercita todos os dias. O amadurecimento nem sempre vem somente com a idade mas, o tempo, certamente é um fator preponderante.
Em momentos de angústia, indecisão e estresse, a busca por algo melhor deve ser constante. A nossa atitude diante da vida é fundamental. Permitir-se experimentar novas coisas, arriscar novos caminhos, levar consigo apenas aquilo que é essencial... Amadurecer, para mim é isso. E desistir, simplesmente, nunca esteve nos planos.


Melissa


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terça-feira, 13 de março de 2012

Sobre a amizade

Uma letra de música de Oswaldo Montenegro chamada "A lista", começa assim:

"Faça uma lista de grandes amigos

Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais..."


Ele prossegue de forma magistral, no que, para mim, é uma linda reflexão sobre o tempo e aquilo que realmente nos importa. Nos faz pensar sobre nossos sentimentos mais caros de amor, amizade, fé, egoísmo, caráter, etc. 
E nessa semana, algumas coisas me fizeram pensar sobre a amizade. Uma amiga me mandou um e-mail cheio de elogios. Provavelmente eu não mereça nem metade deles. Mas fiquei pensando: como alguém que me conhece há pouco tempo pode ter uma demonstração tão afetuosa de carinho, admiração e respeito... Depois, vi que o "pouco tempo" já se estende por seis anos! Ri de mim mesma. Quando se tem amigos de mais de trinta anos, seis, realmente parece pouco.... coisas da idade.
Mas qual a verdadeira duração de uma amizade? E como saber o quão profunda e sincera ela é? É o tempo que determina ?
Algumas vezes, pessoas que conhecemos há poucos meses podem significar muito em nossas vidas e temos plena certeza de que podemos com elas contar para tudo o que for preciso. Isso também acontece com muitos amigos que, embora não vejamos sempre, quando encontramos, a sensação é de que nunca nos separamos deles.
A vida, como sempre, é generosa. Nos dá todos os dias a oportunidade de conhecer novas pessoas e criar novos laços. Dos meus amigos mais "recentes" (aqueles da casa dos seis anos), tenho o maior orgulho e carinho. Me receberam de braços e coração abertos no momento em que me aventurava por novos caminhos, dando novo sentido à minha vida. Foram todos aos poucos se aconchegando e eu a eles. Para ficar no lugar comum, são parte da família: aquela que a gente escolhe.   
Mas nem sempre a amizade, assim como qualquer relacionamento, dura para sempre. Grandes e melhores amigos podem se perder no tempo. Às vezes, amigos se vão por circunstâncias da vida: escolhas profissionais, mudanças de cidade, país, casamentos. Às vezes, os amigos nos deixam de forma inesperada e imediata. E nem sempre é a morte que os leva.
Amizades que pareciam inabaláveis, podem se desgastar com o tempo e se desfazer. Não sem dor ou sem mágoas. Mais ainda, quando somente o silêncio é que responde suas indagações.
Para que relacionamentos durem, sejam eles de amizade ou de amor, é preciso cultivá-los. Mas é preciso mais ainda, que ambas as partes queiram permanecer em sintonia. Quando uma delas rompe definitivamente a linha da lealdade, da confiança ou do afeto, nada mais há que se possa fazer.
Desistir pode não estar nos nossos planos, mas, algumas vezes, as pessoas decidem desistir por nós. Em alguns casos, é preciso reconhecer que este foi o gesto mais verdadeiro de amor e amizade que elas foram capazes de nos fazer.

Melissa

quarta-feira, 7 de março de 2012

Sobre escrever....

Há muito tempo tento criar o hábito de escrever. Não é fácil criar hábitos. Muito mais difícil é deixá-los. Mas, desistir não está nos planos...
Escrever envolve criatividade, inspiração, observação, leitura, técnica... para ficar somente em alguns pontos. 
Não estou mais na escola, onde as redações desenvolviam títulos como "minhas férias". Tampouco pretendo desenvolver análises teóricas ou complexas.
A ideia é apenas expor algumas reflexões sobre situações diárias que envolvem tudo aquilo que todos nós estamos acostumados a lidar: amor, amigos, traições, problemas, alegrias, frustrações... tudo aquilo, afinal, que nos faz humanos.
Talvez seja uma forma muito própria de refletir sobre minhas ansiedades, sem qualquer pretensão de que minhas opiniões sirvam de conselho para alguém.
Escrever é um dom que não sei se tenho. Aliás, tenho amigos que escrevem maravilhosamente bem. Alguns, blogueiros. Peço a eles e a todos os mestres da arte da escrita, licença para nesse campo adentrar.
Para não ficar no vazio, nesta primeira postagem, me sinto na obrigação de explicar o nome do blog.
Pensei em muitos nomes e claro que a maioria já existia! Como não queria qualquer nome, deixei a ideia um pouco de lado. Hoje, quase um mês depois da primeira tentativa de criar o blog, o nome surgiu: Diante da dificuldade de um amigo e lhe escrevendo algumas palavras de esperança e consolo, escrevi essa frase: "Desistir não está nos planos". 
Depois, relendo minha própria mensagem, percebi que estava aí o nome perfeito. Por mais que as coisas fiquem difíceis, por mais que tudo às vezes pareça de ponta cabeça, por mais que sonhos pareçam distantes, o caminho está aí diante dos nossos olhos, nos esperando. Alguém, algum dia disse que, "el camino se hace al caminar". E desistir, simplesmente, não está nos planos....


Melissa